"Um grande amor agente nunca esquece"
Na minha verdade
isso não cabe
como medir o tamanho
de um sentimento?
sendo ele o amor, então?
.
.
.
Quando o maldito alemão
chegar a mim
e aos poucos fores
fazendo seu assassinio
de lembranças:
sejam suadas choradas
risadas gargalhadas
caricias gozadas
malicias olhadas;
e uma-a-uma
declinar ao seu tiro
degradante
degenerativo
o amor ainda estará
aqui
se não na memoria cerebral
na corporea
cada ruga uma rusga fustigada cançada
presente à pele
pois os amores na vida
(pois quem tem um amor
viveu pouco
eu tive amores)
deixaram suas feridas
umidas ainda
sem sarar por completo
sendo eternas
mesmo que cicatrizem...
As prateleiras da biblioteca-de-recordação
podem esvaziar-se
mas as marcas
na estante da lembraça
sejam desenhos formas
em acumulos de poeiras-neuroniais
ou ranhuras nas sinapses já degeneradas
restarão
Mesmo desconhecendo logicamente
o significado do vislumbre-delirio senil
restarão sentidos
sentimentos variados
mesmo em batimentos
lentos e vagarosos
em espasmos do pré-mortem
Sobrarão amores
mesmo com cerebro vazio
sobrarão mesmo que seja
no outro
em quem fica
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Recordações da ditadura militar
Socorro!
Os militares voltaram
a democracia
morre torta na baioneta da hipocrisia
Socorro!
Há vergonha escondida
nas ideias subtendidas
de falsos moralistas?
Socorro!
O sangue da liberdade
escorre agora em palavras de censura
as mesmas que enlouqueceram Geraldo Vandré
e tortura
que sumiram tantos corpos
desapareceram tantas vidas
Socorro!
Alguém apanha minha vergonha
pela minha melancolia
pois minha alegria
é rir da mesquinharia
de uns
e tantos outros
ditos puros
ou quase perfeitos
Deuses e não humanos
Socorro!
Ponham a vergonha ridícula
em minha cara
façam dela vara
ou açoite
e me torturem num carcere virtual
ou me escravizem num pau de arara
Os militares voltaram
a democracia
morre torta na baioneta da hipocrisia
Socorro!
Há vergonha escondida
nas ideias subtendidas
de falsos moralistas?
Socorro!
O sangue da liberdade
escorre agora em palavras de censura
as mesmas que enlouqueceram Geraldo Vandré
e tortura
que sumiram tantos corpos
desapareceram tantas vidas
Socorro!
Alguém apanha minha vergonha
pela minha melancolia
pois minha alegria
é rir da mesquinharia
de uns
e tantos outros
ditos puros
ou quase perfeitos
Deuses e não humanos
Socorro!
Ponham a vergonha ridícula
em minha cara
façam dela vara
ou açoite
e me torturem num carcere virtual
ou me escravizem num pau de arara
Soneto da masturbação - Ode a punheta
Faço sexo seguro
a anos com a mesma vadia
ela come meu falo
enche sua palma vazia
Me deleito em suas cavidades
mal traçadas pela vida
cicatrizes das idades
da jovialidade perdida
Lambuzo teus morros
satisfaço a mim, meu ego,
estremeço de gozos
Uivo num grito cego
a vontade de tê-la atroz
de novo, meter-la veloz
...
Há anos eu transo alegria
numa desapegada ilusão
dum egoísmo racional
de conhecer meu próprio pau
fodendo com segurança e emoção
minha mão vadia
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Qual a ordem das coisas? Há ordem? Ou melhor há moral? Que moral? Pensando... Há ética?
Quanta sombra fria
na irradiação do sol
na cega luz do dia
Quanto silêncio complacente
numa sinfonia em sibemol
na fila(des)armonica de gente
Quanto olhar espantado
num mar de pestanas cumplices
em maremoto de indiferenças
Quantas bocas em crenças
na fé radical da salvação
masca e fustiga o irmão
numa ansia de ve-lo escarrado
Quanta orelha sadia
capta em escuta minuciosa
tudo que se diz
numa fala astuta e ambiciosa
reproduz ao sabor do dia
o melhor, arrotando o que condiz
Quanta voz abafada
numa tristeza escondida
sorrindo entre-dentes ofendida
na divina resignação
numa torpe aceitação
gritava mesmo enraivada
Quanto calor radiante
na treva sedutora da noite
clareia em lua ofuscante
.
.
.
Nada ou tudo
caminha junto
separados numa descida
comuns em ingrime subida
.
.
.
Nada está em ordem
tudo em desordem
nada na desordem
tudo em ordem
Qual nada
tudo depende da ordem
ou desordem de quem quer
como quer
ou como quer que sejam
.
.
.
Tudo tem moral
nada é amoral
tudo tem parte imoral
nada na moral
tudo amoral
nada tem de imoral
Qual tudo
nada a moral
entre o amoral e o imoral
na instituição do que o é
quem é o que tem
qual que tem?
.
.
.
Tudo tem uma certa ética
nada vive sem ética
numa instituição coorporativista da sua ética
tudo, assim, nada em uma ego-ética
nada, portanto, paira em etica-grupista...
Qual tudo vive num conjunto
onde nada inexiste
na utopica vastidão de um todo harmonico
Há a ética num tudo bem comun
nada, em segundo, o individual interesse.
na irradiação do sol
na cega luz do dia
Quanto silêncio complacente
numa sinfonia em sibemol
na fila(des)armonica de gente
Quanto olhar espantado
num mar de pestanas cumplices
em maremoto de indiferenças
Quantas bocas em crenças
na fé radical da salvação
masca e fustiga o irmão
numa ansia de ve-lo escarrado
Quanta orelha sadia
capta em escuta minuciosa
tudo que se diz
numa fala astuta e ambiciosa
reproduz ao sabor do dia
o melhor, arrotando o que condiz
Quanta voz abafada
numa tristeza escondida
sorrindo entre-dentes ofendida
na divina resignação
numa torpe aceitação
gritava mesmo enraivada
Quanto calor radiante
na treva sedutora da noite
clareia em lua ofuscante
.
.
.
Nada ou tudo
caminha junto
separados numa descida
comuns em ingrime subida
.
.
.
Nada está em ordem
tudo em desordem
nada na desordem
tudo em ordem
Qual nada
tudo depende da ordem
ou desordem de quem quer
como quer
ou como quer que sejam
.
.
.
Tudo tem moral
nada é amoral
tudo tem parte imoral
nada na moral
tudo amoral
nada tem de imoral
Qual tudo
nada a moral
entre o amoral e o imoral
na instituição do que o é
quem é o que tem
qual que tem?
.
.
.
Tudo tem uma certa ética
nada vive sem ética
numa instituição coorporativista da sua ética
tudo, assim, nada em uma ego-ética
nada, portanto, paira em etica-grupista...
Qual tudo vive num conjunto
onde nada inexiste
na utopica vastidão de um todo harmonico
Há a ética num tudo bem comun
nada, em segundo, o individual interesse.
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