sábado, 9 de janeiro de 2010

Pânico apertado

O medo dá um abraço
forte abraço
apertado
ajustado
bem
muito bem apertado
sufocante
junto a um
único beijo
beijo rançoso
asqueroso
desenperançoso

O medo nina um sono
embala um sono febril
sono quente
borbulhante em sonhos
sonhos de culpas
transpirantes sonhos
de culpas
da carne
da obscenidade
dos desejos
(aflorados e/ou reprimidos)

O medo é um suor
que escorre
feroz
atroz
em musculos retraídos
tensos
densos
de ansiedade contraída
ele
suor fétido
ensopa a carne
jorra
brota qual geiser
de apreensão
de prontidão
num jato veloz
que agita tudo
que queima a paz
num fogo
vivo
de uma taquicardia
frequente
crescente
em vertigem
nascente num lençol
lençol "freiático"
frenético em vertigem

O medo numa progressão
geomerica
sem razão
num expoente biquadrático
cresce
cresce
torna-se mais
muito mais
evolutivo
que uma bola de neve
que uma avalanche
se fortalece e cresce
num pavor vigente
num pavor evidente
em olhos corredores
de cem metros
sem metros
numa fração de tempo
facção de segundo

O pavor condensa
qual água
empedrada
congela
aperta a vida
engessa
o passo
num pânico constante
perene aperto
do pensamento
da espontaneidade