“A utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizontecorre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei
Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” Eduardo Galeano, escritor uruguaio
Amei um dia...
O amor move o ser.
A utopia é o amor a uma idéia, um sonho…
…uma idealização amada…
…uma força motriz.
Como posso andar, agora,
Sem sonhos, sem a idealização do Amor,
Sem a quimera de um país justo
E igualitário?
Por onde pisar, se o chão é seco e cinza?
Se as flores e o perfume da fantasia
Não inebriam meu ar,
Se respiro árido
E choro poeira?
Onde colher prazeres
Se as árvores-de-carinho viraram carvão,
Afastaram-se e individualizaram-se?
Como sorrir sincero, com a alma? Como?
Como?
Estando a alma vazia,
Impregnada de normalidade,
De uma normalidade perversa e cruel?
Como rir, de uma distância cotidiana
Entre os seres,
Entre o pensar,
Aumentada pelas horas
De trabalho, de aflição,
De trânsito, de ira, de solidão,
De egoísmo, de vaidade, de orgulho, de preocupação?
…
A rotina é uma patroa autoritária
Nos impede de pensar,
De refletir, de amar...
Tirana, impõe o império do tempo
Da produção, do dinheiro...
A rotina é uma senhora esfomeada
Ávida de suas gulseimas
Devora-nos os sonhos, as Utopias…
Como viver sem Utopia?
Como viver sem Amar?
Como viver sem fantasiar com dias melhores?
Mas e a Felicidade, e o Amor?
São solitários?
Ama-se sozinho?
É capaz de ser Feliz sozinho?
Ou necessitamos dos outros para sermos Felizes?
Ou necessitamos dos outros para Amarmos?
Sem Utopia, ficamos podados,
Fardados a uma existência rota,
Arrastando-se ao dia da ceifa
Para morrer solitário,
Isolado na tristeza.
- Quanta falta faz a coletividade da Utopia…
21/10/07
terça-feira, 16 de junho de 2009
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